Entrega futura

 

O sonho em que me amavas

com mansuetude e ternura,

a ensinar-me uma paixão lavada,

cuja carne reveste-se de candura

 

Desvanece, aos poucos e lentamente,

ao longo do dia que se inaugura

Mas, permanece, suave, à mente

a sensação de uma entrega futura

 

Teu corpo ardente, ao cair da tarde,

devolvia-me um gozo, de mim ausente

envolvia-me todo, com mãos sublimes

 

Meu ardor, imerso em beleza e arte

desfrutava um amor, febril, contente

Que rogo aos céus, um dia tu me ensines...


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