quando deitar em mim a morte a sua mão vazia e for meu corpo a carne que àquela hora esfria vou recordar da vida os seus melhores sabores e sorrir agradecido por seus belos amores que nos meus braços e peito tive a ocasião de ninar como pai, como amigo, como filho, como amante e destes muitos amores que hei de recordar nenhum - nenhum! - terá sido mais relevante do que o amor e o respeito que devo à própria vida sorte minha, benção minha, prêmio meu e graça que de meus pais tomei como o fogo toma a sarça para fazer arder nos céus da noite a clara estrela e a luz que nos olhos meus àquela hora finda [derradeira há de agradecer à morte pela vida recebida