Labirinto

teus sinais
todos tão confusos
todos tão oblíquos
todos tão iguais
todos tão contidos
todos tão perdidos
todos tão sem paz
teus sinais
todos tão mesquinhos
todos tão sozinhos
todos tão banais
todos tão sombrios
tolos doentios
todos tão venais
no fundo eu sinto
não fosse um louco longo lodo labirinto
tudo em nós resumir-se-ía à misteriosa feroz fantasia
de um punhado de silenciosos ais!
teus sinais
todos tão velados
ocos machucados
tontos abismais
todos tão secretos
tortos objetos
fôrmas desiguais
teus sinais
sinalizam a Tebas
finalizam apenas
certas dúvidas milenares (ou lunares?)
enrustidas no rutilo dos poemas
e põem pra mim por terra
a velha seda seca cega lei materna das Jocastas
agora eu sei: por trás de todo Édipo-Rei
existe sempre uma madrasta
e deixa estar meu coração
quele é um pote até aqui de vinho
mais que sexo
mais que nexo
mais que plexo
eu preciso de carinho


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