ninguém me ama como ele me ama
ninguém me pega do jeito que ele me pega
ninguém ninguém me chama como tal fogo e chama
ninguém me faz tão plena tão mulher
ninguém me banca do jeito que ele me banca
nem me desanca sem me dar colher
ninguém me engana do jeito que ele me engana
de me dar gana me tirar do sério
ninguém ninguém me arranca um gesto mais sacana
me deixa na lama ou beija na fé
e olha que outros mais também me amam
mais aiúde do que ele até
ninguém ninguém me empresta à carne a saúde
como esse homem afeito a mulher
ninguém na cama mais perverso e doce
com mero iolhar me despe toda a roupa
e me profana como santa eu fosse
me chupa a fibra a casca o sumo a popa
ninguém ninguém com olhos de tal sede e gana
nem vai na alma até os meus confins
eu quero ser da sua noite a dama
e tê-lo todo enquanto em meu jardim
beijo pequeno nos meus grandes lábios
flutuo tonta até não dar mais pé
então vira biruta o astrolábio
eu já sem pernas viro uma qualquer
e topo tudo em qualquer lugar
no elevador no corredor no mar