um verso ou outro, que pecar tem seus encantos, inda cometo vez por outra os deito pelos cantos de minhalma abandonada ninho de sonetos sem viva alma deserto estéril de desejos já vencidos um verso e outro que me chegam, de repente e tão subitamente improváveis de ser lidos ou deleitados eu os deleto, deletérios, obstinado; objetivo como todo cemitério; emudecido, encarcero-me na calada ali habito um silêncio retorcido do que me puxam um verso mais outro - vindos do nada! mas sem o outro que antigamente me servia de motivo; ausente, vivo como um morto ausente o corpo e seus delitos