Aos crucificados de Oklahoma
Desde a alvorada que me desnuda
Branca como um véu de núpcias
Agradeço a Deus
Por minha alma de cordeiro
Caído nas garras do destino
Agradeço por minhas tribulações
A oportunidade de uma virtude provada
Não a provei nem certifiquei, é fato
              - eu, um falto por excelência -
Contudo, posso agradecer pela esperança
              [ jamais perdida
As orações com que contraio a ira
E as orações, de novo, com que, contrito,
              [ torno, pacificado, às lágrimas
Sob os golpes do destino
Meu crânio sangra - este calvário de erros -
              [ sangra, partido, e se curva
Porém, não se queda aos horrores da sombra
Isto é, o homem a título de si próprio
Evito o desfiladeiro
Contorno o abismo insondável
Não tenho uma nação a encorajar-me os erros
Meu coração, se não está em Deus,
              [ por sujo
A meio caminho o busca
              [ por meus pés tortos
A ameaça dos anos
Encontra-me e encontrar-me-á, sempre, com medo,
              [ nosso pai e nosso companheiro
E, contudo, ainda assim, resistirei
              [ à fúria que me quer demolir
No corpo alheio
O corpo que não entendo meu
O corpo que, com dificuldade imensa,
              [ surpreendo como extensão de minha alma
Não importa quão estreito o caminho
Ou quão carregada de castigo a sentença
Ao cerrar os olhos, direi em silêncio ao
              [ meu próprio fim:
Fui o bailarino de meu destino
Sou o servo persistente de um poder que me excede               [e acolhe
E uma intenção que se cumpriu
              [ por seus desígnios

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