Desde a alvorada que me desnuda Branca como um véu de núpcias Agradeço a Deus Por minha alma de cordeiro Caído nas garras do destino Agradeço por minhas tribulações A oportunidade de uma virtude provada Não a provei nem certifiquei, é fato - eu, um falto por excelência - Contudo, posso agradecer pela esperança [ jamais perdida As orações com que contraio a ira E as orações, de novo, com que, contrito, [ torno, pacificado, às lágrimas Sob os golpes do destino Meu crânio sangra - este calvário de erros - [ sangra, partido, e se curva Porém, não se queda aos horrores da sombra Isto é, o homem a título de si próprio Evito o desfiladeiro Contorno o abismo insondável Não tenho uma nação a encorajar-me os erros Meu coração, se não está em Deus, [ por sujo A meio caminho o busca [ por meus pés tortos A ameaça dos anos Encontra-me e encontrar-me-á, sempre, com medo, [ nosso pai e nosso companheiro E, contudo, ainda assim, resistirei [ à fúria que me quer demolir No corpo alheio O corpo que não entendo meu O corpo que, com dificuldade imensa, [ surpreendo como extensão de minha alma Não importa quão estreito o caminho Ou quão carregada de castigo a sentença Ao cerrar os olhos, direi em silêncio ao [ meu próprio fim: Fui o bailarino de meu destino Sou o servo persistente de um poder que me excede [e acolhe E uma intenção que se cumpriu [ por seus desígnios