Espectro
sou, aos poucos, o espectro de mim mesmo
uma sombra dissipada no caminho
lembrança perdida de uma vida a esmo
um louco apenas em seu redemoinho
cujos ventos fortes, a rigor, cessaram
restando-me tão somente a brisa leve
e que embora pelos dias a mim carregue
inda assim, leva-me a pressentir que páro,
estanco, estaco; mudo, grito em silêncio
mas a voz, tão fraca, mal toca o procênio
do palco desta vida em que ocupo o fundo
onde as luzes mal chegam, apenas que borram
a penumbra de que me ergo como barro
e, assim, aprendo o que é viver morrendo

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