diariamente, presumo milagres pressinto-os por palavras que, sem voz, me chegam; à luz mesma dos dias, posso ver, movem-se os homens sob circunstâncias surpreendentes; onde não havia chão, constata-se o céu para o que, ainda assim, testemunhamos: amores vicejam no lodo [da indiferença justiças persistem no imundo [das prisões todo tipo de improvável [agarra-se aos fatos, feito visgo de jaca, para existir como beldade e rebeldia [da vida contra a morte inata, essa irmã siamesa dos homens todos os dias, sincrônicos milagres levantam-se de nossa agonia [para a glória de Seu nome e, assim, por discreta, faz-se a alegria por trás da dor que nos consome