O abominável homem das serras
Como ouvir o que grita em minhas entranhas
Inocência e alegria do desejo
Se ter-te ou oferecer-te um beijo
Pressupõe mover os céus e as montanhas
Ouço em mim o vozerio baixo do desejo
Tal como roça o meio-fio a neblina
Desconfio, porém, que o que vejo
É o crime disfarçado de menina
Pois, quando penso em ti - e arquejo
Quedado ao anti-ciclone do Atlântico
Menos que emplacar-te aos lábios um beijo
Imagino-me sobre teu dorso - mastodôntico
A mastigar-te as carnes das entranhas
Depois, partir de volta - e só - para as montanhas

< Voltar

2024 © CIA DO AR. AÇÕES EM CULTURA  |   DESENVOLVIDO POR CRIWEB  |   POLÍTICA DE PRIVACIDADE