Sobrevivo do meu próprio suicídio Definitivamente, meu trabalho é o que me mata Que lógica é essa que me maltrata E faz viver da morte enquanto estou bem vivo?
Não quero paz, não quero calma Quero, apenas, o que me é devido Um amor que me abrace, irresolvido E devolva paixão à minha alma
Pois ao tempo que a vida, creio, não tem motivo Entendo que ao ser compete a intenção De modo que a incompetência em que vivo
Muito mais do que o fracasso do ofício Ou mesmo os muitos males dos meus vícios É propriamente a recusa ao coração