Verossimilhança



Esse coração batendo no peito
Esse desajeito, essa contramão
Esse sorriso de cachorro satisfeito
Esse meu defeito, tanta ilusão
A vida toda aparentando que explode
Tudo que se pode, feito por fazer
Esse meu siso de símio mais perfeito
Feito semelhança, falta de prazer
Verossimilhança que me iguala aos animais
Eu, meus muitos ais, dores, tantos nós
Nós tão fugidios como os gatos de quintais
Sem querer demais vôo de albatroz
Atroz essa prisão que me confina dentro o peito
Morto insatisfeito, porto de além-mar
Distante, lancinante, natimorto em meus defeitos
Urro como os ursos sonhos de acordar
A vida toda...


< Voltar

2024 © CIA DO AR. AÇÕES EM CULTURA  |   DESENVOLVIDO POR CRIWEB  |   POLÍTICA DE PRIVACIDADE