(para Fernanda Vilela)
Vejo da janela um marmanjo velho
A olear-se ao sol, ao cabo das manhãs
Que passa na cabeça desse escaravelho?
Comporta-se como doce cortesã!
Enquanto se esfrega, peladão, o gajo
Largado pela sala como fosse um rei
Massageia os rins, o tronco, as mãos, os braços
Será o benedito que esse cabra é gay?!
Depois, mete um turbante na cabeça branca
Sentado no tapete, em posição de lótus
Parece meditar de olhos bem fechados
Observo a cena, com surpresa franca
Pego minha câmera, faço várias fotos
E registro o ritual do coroa untado