A musa

 

 

É fisiológico — o poeta busca a musa
Preferentemente, a mais inatingível
Salva-lhe ela do olhar escatológico
Que em tudo o atrai, no mundo tangível

Dos sentidos é ela o ritmo, a melodia
A invenção ingênua do querer desinteressado
Cuja contemplação afina-lhe a harmonia
Dos sons que em sua alma vê tocados

Na quietude do entardecer parado
Na alvorada carente de uma rima
No poente à espera de um ocaso

Na noite oculta em seus guardados
Seja esta mulher madura ou menina
Os olhos do poeta salvam-na do acaso


< Voltar

2024 © CIA DO AR. AÇÕES EM CULTURA  |   DESENVOLVIDO POR CRIWEB  |   POLÍTICA DE PRIVACIDADE