Vestes dos dias
te encontro e meu coração dispara
salivo como um cão no cio
perco a noção de limites, entregue ao instinto
não que me falte ternura, todavia
sou pouco mais do que uma máquina de desejar
e vamos um ao outro com ímpeto e fúria
não que nos falte ternura, contudo
é mesmo a carne e sua volúpia o que nos reúne
ao fim e ao cabo, porém, do meu gozo
já não quero te ter em meu repouso
já não sei o que dizer por estares ao meu lado
enquanto ainda resfolego e
me comprazo pleno por teu corpo
tua presença mal se explica
          - não que me falte ternura
é apenas injustificada, insustentável, desmedida
então, saio de ti, apressado
de volta às vestes dos dias
até que um um novo zumbido infra-humano
atravesse os meus ouvidos como o aço
e essa perda total dos sentidos
me atire de volta aos teus braços

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