Ando pelas ruas E sei que posso ser atingido Não creio, mas, sei Esgueiro-me com minha filha Por calçadas minadas A qualquer tempo, um tiro A qualquer hora, uma bala Razões extrapoladas Justificam minha sina A tragédia caminha Ao quotidiano, ao meu lado Explícita e latente Tudo pode acontecer Tudo de mal Tudo de ruim Reféns do caos Vamos, assustados Não há a quem recorrer Para onde correr Com quem contar A população está exposta Ao terror da polícia Ao horror do tráfico Fugazes rapazes Agenciam a morte Balas perdem-se dos canos Em meio à multidão É o pânico O destino do indivíduo Selado à multidão Acuados estamos Sem palavras Sem defesa Sem solução
Tudo urge A fera ruge E as mulheres ainda passam rouge E os homens ainda usam loção O homem comum é o inocente culpado pela situação