Para conheceres o amor Conhece antes a ti mesmo Sem aceitar ilusões por respostas Ou perguntas que apenas escondem Para onde vais Com que pressa Por que motivos
Para conheceres o amor Primeiro constrói tua fortaleza De preferência, uma choupana Ou à areia Ou sobre a rocha Tanto faz A qualquer altura O vento te apanha Importa é que estejas em paz Onde é tua aquela casa Como a tua alma é tua Definitiva e provisória morada
Para conheceres o amor Afina o teu instrumento Aponta o lápis Afia a lâmina Constrói o músculo Acende a carne São as tuas habilidades Que habilitam o amor Que em ti habita Sem saber como sair
Para conheceres o amor Segue sozinho pela estrada Sem pensar na extensão da jornada Ou em recompensa Pensa, apenas, na estrada, passo a passo Pelo prazer que tens ao caminhar
Para conheceres o amor Lê os clássicos Dentre estes, Cruz e Souza, por certo Ouve os clássicos Dentre estes, Beatles e Roberto Vê os clássicos Pollock é básico Muito embora ali O amor pareça borrado Decifra o difícil Interessa-te pelo que está oculto Desde a epiderme do óbvio Aos segredos de família dos ossos Investiga o engano, o engodo Observa a mentira e a ira Em tudo pairam partículas da vida Matéria-prima do amor necessário
Para conheceres o amor Convém que fiques calado Ao furor da algaravia Convém que fiques distante Das casas de loteria Pois, se o amor é sorte e é graça Diferentemente da morte Que para todos passa sem fazer caso O amor é a arte do encontro Que faz coincidir, de pronto A intenção e o acaso