irrompe como desejo permanece como aflição e das mãos escapa como fruto proibido como vento que solapa o espinheiro perdido entre falésias, escarpas de um rochedo concebido à luz da arrebentação vem o mar e seu rugido estapea-lhe os sentidos cobre-lhe o corpo de sal vem o sol calcinante em sua sina delirante beija-o e depois esturrica seca, resseca, estica o que desperta como flor à sombra do alto abismo vem, após, o estupor, o extertor o desatino, o rumor dos destinos salta-lhe das fundas entranhas caminha como a aranha enrondilhada na teia nas águas, avista a sereia nos céus, contempla a estrela a dor lhe dobra a costela e desdobra a certeza este amor é uma esmola que o esfola na cerca