23 de agosto de 2024 às 00:00
Desigual
O nosso amor tão desigual desde o começo
Me fez sofrer, me fez virar pelo avesso
Você em guarda, atenta a tudo queu dizia
A separar o joio, a jóia, a fantasia
O nosso amor me fez chorar, me fez sofrer
O nosso amor era uma coisa desigual
Mais para mim, indo de mim para você
E nos meus braços, no entanto, tanto amor
E foi assim que eu cheguei à conclusão
De que o amor só é amor se ele for
Uma mistura de desejo e compaixão
E mais a soma de uma penca de ilusões
Que faz a gente imaginar revelações
Naquele vulto envolto em sombras no colchão
Você em guarda, todo o tempo na vigília
Imaginava que o amor fosse uma ilha
Mas ele é o mar das nossas puras intenções
Você no fundo amava estar de novo amando
Fosse quem fosse então capaz dessa façanha
Sentir-se viva era o que a encantava
Ser aquecida por alguém que te esquentava
Fosse quem fosse então capaz dessa proeza
Do seu olhar varrer pro mar tanta tristeza
E arrancar tanto prazer da sua entranha
O coração desaquecido, frio, ausente
Você sentia que pulsava novamente
Ligada sempre, sempre alerta, sempre en garde!
Temeu por vezes queu quisesse te usar
E na verdade foi você quem me usou
Ao ver que havia uma chance de amar
Bastando apenas para isso o meu amor