O videoclipe

Eu amei fazer esta canção e, tomado de um impulso sem pé nem cabeça, puro coração, intuição, como me é de hábito, decidi que começaria por ela a minha experiência com os videoclipes musicais, tendo sempre o Michael por referência, é claro.

Foi quando resolvi procurar Ilson Junior de novo, artista plástico, animador, diretor e editor de vídeo. Já havíamos ensaiado um trabalho conjunto, por volta de 2003, quando ele e seu sócio à época, Fabian Santos, criaram a vinheta de abertura do programa Arnaldo Miranda Entrevista, onde conversava com personalidades da cultura brasileira em belíssimos cenários da região serrana do Rio. Muito agradável de fazer, por sinal.

Depois, nos distanciamos, a vida seguiu por caminhos diversos. Quando me decidi pela experiência do videoclipe, retornei à bat-caverna do Junior, sua cibertoca criativa onde mofa como um cavaleiro da noite, especialmente por sua experiência com curtas e mesmo um ousado longa-metragem que havia produzido há alguns anos.

Convidei, ainda, um outro amigo, o professor, escritor e cinéfilo Fernando Rocha para dividir conosco a concepção do argumento e assim as coisas foram tomando corpo. O roteiro caminhava para uma pequena novela, até porque a música é relativamente longa (6 min) para canção com letra e a história que ela contava ia, ao poucos, induzindo seu próprio e contido melodrama. Fazia-se necessário escapar de tão óbvia armadilha, e os dois estavam atentos para isso, sem prescindir contudo da mensagem colocada no centro da narrativa: o grande barato da vida é mesmo a realidade.

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