Archeiro (1999)/ Mundo asiático (1986). Archeiro era um soneto (também dedicado à minha mulher, afe!), que deu nome ao livro ao qual esse disco está ligado, e que acabei musicando muitos anos depois de incorporá-lo, falado, na abertura de Mundo asiático. Foi tirar uma costela de uma música para fazer outra, a base harmônica é a mesma.
Assim como em Ao mar de teus gemidos e Losing you, a brincadeira aqui também consiste em usar uma linguagem inusual para levadas mais pop, onde prevalece um tipo de letra voltada para a linguagem falada das ruas. Apelei para a forma do soneto e explorei a segunda pessoa do singular em busca de um efeito, senão renovador, que não há mais o que renovar ou inovar, mas ao menos de estranheza, estranhamento, eventualmente um diferencial que se pode aplicar aos trabalhos para diminuir-lhes o inevitável lugar-comum, a essa altura do campeonato (onde tudo já se fez e tentou). Lutamos contra o excesso.