Cristovão Bastos

E quando pensava que já havia recolhido os melhores registros de piano e teclado que podia esperar para essa nova versão do “Archeiro”, eis que o espírito aberto e igualmente amoroso de Cristovão Bastos, esse titã da minha mitologia musical, resolve para mim o problema em que se transformara O canto da sereia.

O canto vem a ser quase um cantiga medieval no meu arranjo para violão, de que gosto muito, por sinal, mas que efetivamente, concluí, não cabia em um disco como esse, de corte pop, não obstante todo o seu comprometimento com a canção brasileira.

Tratava-se de encontrar uma harmonização moderna e que soubesse acolher essa melodia delicada para um dueto homem/mulher com um coro de sereias ao final.

Convertendo em acordes uma percepção sutil da vida, Cristovão sentou-se calmamente ao Fritz Dolbert e, com todo amor desse mundo e respeito por um compositor que até então desconhecia, foi desenrolando passo a passo, como num passe de mágica, essa beleza de interpretação que você pode desfrutar. Nada por dizer. Tudo por sentir...

Depois, voltou, “num dia azul de verão”, para fazer Poeira fina e Coast to coast, nesta última  responde também pelos arranjos... Se segue o caminho indicado pela música, por outro lado,  o maestro a reinventa, abrindo-lhe perspectivas outras, tonalidades e cores, trilhas novas dentro da mesma harmonia. Fiquei chocado vendo-o criar seus improvisos, devo confessar.

Um talento acima da média a serviço da música brasileira.

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