Noites sem fim (1999) começa com uma homenagem, no título, a Céline [1894-1961], parafraseando o seu Viagem ao fim da noite, único livro cuja leitura me provocou uma reação física, até hoje. Na hora do tiro, eu dei um pulo!...
A canção tenta unir duas partes minhas: a primeira, marcada pela influência de Roberto e Erasmo, com alguns coloridos tonais da moda de viola, e a segunda reflete minha admiração pela sofisticação harmônica dos grandes compositores americanos, que tento ali imitar.
A coda, por sua vez, resulta desse meu apreço à surpresa e à estranheza quando tudo se parecia satisfatoriamente resolvido... sendo que o agudo final foi uma sugestão do meu amigo de sempre, Alex Pereira, vulgo professor-garoto, que cansou de me ouvir tocar essa canção madrugada adentro.