Outras participações

Em Abrigo, a cuíca de sempre do Adonin, que, por sinal, contou-nos a todos que estávamos no Midstudio (Friburgo) por ocasião de sua performance uma história saborosa acerca da gênese justamente funerária das cuícas (ou suas antecessoras) africanas. Coincidência das coincidências?... Chama o Jung!...

Noites sem fim traz a flauta mágica de Maycon Lack, instrumentista dos mais qualificados e inspirados com quem tive o privilégio de trabalhar e que, se puder, chamo sempre para gravar comigo. Foi meu (breve) professor de flauta doce e para sempre um bom amigo.

Tem ainda a viola de Bruno Marins e o violino de Arthur Pontes, dois jovens e talentosos instrumentistas, em Noites sem fim, eles que já haviam estado conosco em “Nós que amamos a vida”, trabalho de 2009.

O outro violino excepcional veio pelas mãos do Cristovão, que fez o arranjo de O canto da sereia especialmente para a pegada de Ricardo Amado, melancólica, precisa, extrema, de grande encanto interpretativo e precisão técnica, um craque.

Clauton Sales, o Neguinho, que conheci na finada Modern Sound, em Copacabana, comparece no trompete solo de Amis de chambre, ao lado do saxofonista Rodrigo Costa, ambos artistas com quem planejava trabalhar já há algum tempo. E agora rolou, finalmente.

Neguinho foi um cara muito importante para a formatação final desse disco e vou-lhe contar porque. Convidei-o a desenvolver improvisos de trompete sobre a base de Archeiro/Mundo asiático, assim como havia feito também com Rodrigo no sax tenor. Ele fez, mas não ficava satisfeito. Vamos fazer de novo, dizia. Fazíamos. Daí, ele olhou pra mim dentro do aquário de gravação e disse Olha se você mete um naipe de metal nessa base, essa música fica música de preto mesmo, entende? Ela pede naipe. Mas, tudo bem, vamos tentar...

Era algo que não tinha experimentado, até então, mas fez total sentido para mim. Deixei as Laranjeiras aquele dia empenhado em viabilizar o naipe de metal. Isso atrasou o disco, claro. Mas valeu a pena.

Até que o trio de ouro formado por Marcelo Martins, Jessé Sadoc e Aldivas Ayres  transforma o que já achava bom em algo melhor ainda, que é o resultado final dos riffs de metal do maestro e arranjador Evaldo Santos, um bamba de estúdio do samba que imprimiu um pouco da sonoridade da black music carioca nesse trabalho.

Os arranjos vocais de Pablo Lemos, que os interpreta ao lado de Claudia Gonzaga e Pri Moraes, são a cereja do bolo de uma levada pop que se pretende vizinha de tudo que a música carioca descobriu e reinventou a esse respeito ao longo dos anos 1970-1980, justamente meu período de formação e influências essenciais.

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