Poeira fina (2001) é a dor da perda de mamãe, e a retomada da casa onde fui criado, em Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro. A citação da cantiga de Carlos Gomes [1836-1896] remete ao meu universo musical de origem, onde pontificavam modinhas, valsas e tudo do romantismo tuberculoso do século XIX no Brasil, toda aquela melancolia de um mundo iluminado a lampiões a querosene e depois a gás, de certa forma está expressa na linha melódica dessa canção, que homenageia um certo banzo de si mesmo, muito comum ao brasileiro do século XX de origem pobre, como eu.