Vinte anos se passaram – eu caminhei a passos de cágado, muita vez sem acento, para a música popular – e finalmente me decidi por prestar o meu tributo ao Rei, e calhou de coincidir mais ou menos com o período de comemoração dos seus 50 anos de carreira e também do parceiro Erasmo.

É preciso dizer que tive ao longo da minha vida várias idas e vindas em relação ao trabalho do Roberto e seu significado pessoal para mim. Houve um tempo na juventude, por exemplo, em que lamentavelmente dei todos os seus discos para o meu irmão do meio, por considerá-lo superado. Veja você!... É uma lástima! O consolo é saber que aqueles vinis maravilhosos continuam no acervo da família!

Reconciliado interiormente com o ‘mano mais velho’, tempos depois, coube-me apenas readquirir sua obra já no formato do cd e voltar a ouvi-lo irregularmente quando triste, alegre ou, principalmente, apaixonado.

Creio que uma canção de Roberto & Erasmo serve essencialmente para isso, não?

O tributo que aqui presto é modesto, sei bem que as minhas pobres canções não chegam aos pés das da dupla em termos de melodia, harmonia, letra e comunicação com o grande público, mas foram feitas com o coração e esta me parece a lição fundamental da obra de ambos e do seu modo de ser que admiro desde sempre.

Nessa medida, posso dizer que eu também sou Roberto, mesmo que só por esse disco e ainda que tão irremediavelmente Arnaldo...

Vida longa ao Rei! E a Erasmo!

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