bato de frente para todo lado bato de costas bato de lado sou um bólido desgovernado parece, movido a atrito, serei rubi a ser polido ou diamante gastado? bato de frente para todo lado bato de costas bato de lado à direita e à esquerda para cima e para baixo a orelha queimando do disse-me-disse cumprimento evitado arestas, senões calados reprovações, sandices tudo que pode o vulgo quando um pouco estimulado não se dê motivo aos touros nem ao fraco o seu regalo decerto virão as pedras e com elas as pedradas julgam rapidamente os que não se apressam em ser justos, bastam-lhes meias-palavras, impressões talvez de visagem mas, rapidamente, como agem! e reagem! com facilidade condenam mesmo que lhes falte a coragem para proferir a sentença bato de frente para todo lado bato de costas bato de lado resulto, então, isolado às vezes, um pouco puto mas, nunca chateado é normal! é normal chocar-se ao que nos deixa [chocados e choca-me o fel da inveja choca-me o vinagre do ódio choca-me o véu do ciúme choca-me o acordo fechado sejamos todos cretinos e estamos conversados! acusemos os argentinos os franceses, os ingleses mas, calemos o passado de nossos vis interesses bato de frente para todo lado bato de costas bato de lado sou um bólido desgovernado que ao se ser simplesmente já se está errado que fazer? bater! bater de frente que fazer? bater! bater de lado bater com todos os costados até que mude a batida ou mude a vida ou eu mude de medida sem ceder à tentativa de calar sem ter falado bato de frente para todo lado bato de costas bato de lado vão-se os dedos, os anéis dos homens ficam seus pincéis e as cores que no mundo pintaram depois, se deitam no chão, e vão pela mão alheia de volta ao nada comum de nós todos com ou sem consolo se bajularam, se traíram se corromperam, ou corrompidos se tremeram, se se cagaram se temeram por seus filhos e se assim o conseguiram seus quinhões abençoados nada disso faz sentido pois se a vida continua não o é por ter perdido perde a vida toda vez que aborta o prometido projetar-se sempre à frente como a sombra iminente do que não se quer vencido...