Um poema não volta Passa, apenas Como a sombra do sol Nas nuvens É um breve Um nada Um resto de conta a pagar Um sonho Um fruto inocente De palavras avulsas Juntadas com o acento coincidente Das intenções Agarre o poema Quando espoca sobre a mente Faça-o gritar nas linhas sua invisibilidade E o que nele há de indizível
Mas, às vezes, o poema retorna, sim Refeito e torneado Como máquina semi-nova Estalando as tintas E urge grafitá-lo Com toda a inconseqüência possível Mesmo inevitável Do mundo de fogo e desordem da poesia