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O poema animado
Estranha criatura
Que estranha criatura eu sou
A mente ocupada com a fantasia
A alma impregnada de canções
O coração em romarias
Que estranha criatura sou eu
O outro visto pelo olho do umbigo
A vida feita do Verbo, como um deus
A transitar na Terra, de mendigo
Criatura estranha que envelhece
Amando mais e mais a vida andante
Vibra ao rés do chão, pássaro esplendente
Estranha a criatura permanece
Ingênua e frágil criança constante
Face a um mundo que desaba, tristemente
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