Não são teus dedos que me tocam Apenas, a pele imaginária de tua carícia E um corpo cheio de volúpia e de preguiça Que me faz arfar em seus tambores Não são tuas mãos que me pegam Tão somente o sonho de ter-te entre os braços E apertar-te aos gritos ao regaço Para ouvir o som de teus amores É a loucura, então, que me consome Um a um os nervos que me crestam Não é o fato de que tu não prestas Mas, antes, que me serves como luva A instigar-me o céu, a sede, a fome Para ser a raposa de tuas uvas