Por vezes, eu me sinto uma criança grande
Às voltas com o ofício de escrever
Sem ver a cor de um dinheiro onde
Martela meu espírito o seu prover
E digo aos outros as minhas batatadas
Convicto do ofício de dizer
Entretanto, se não dissesse nada
Dava no mesmo a dor do meu viver
Não tem valor algum o que faço
Valor algum nem mesmo o que sou
Pois à madeira sucedeu o aço
E o ódio sucedeu ao amor
Vazios vão ao léu os meus braços
A cada verso que lhes dou