dependo de ti para que me perdoes e eu perdoe a mim tudo que fizer será sempre pouco a aplacar a ira com que olho para meu coração, zangado, triste se me vêm tuas mãos ao meu encontro e ensinam-me um gesto novo, de alívio e conforto posso, então, sonhar que a dor desmedida de meus erros se vai aplacar em teu perdão: um colo doce em que me aninho coberto por tuas mãos
salva-me que te salvo ajuda-me a ajudar-te e dar-te a qualquer tempo o que te neguei e reneguei por tempo tanto e tão sombrio não te soube honrar nem proteger à hora pedida agora para sempre perdida, apenas remorso em minhas mãos... mas, se ressuscitas de ti e vês a luz com cor uma alegria fina nos lábios, creio, posso erguer-te mais alto, levar-te aos céus com braços novos e implorar por um gesto inesperado que recomponha o verso quebrado que deixei morrer na estrada da vida...