08 de dezembro de 2022 às 00:00
2015. O ano que acabou comigo

Não consigo imaginar-te morta
No entanto não estás aqui
E em lugar algum
Que se passa?
Pergunta meu coração aturdido
Que o tempo passa
E as explicações não se assentam ao fundo de minh'alma
Senão como exclamações contidas
Pasmo em um semblante desfeito
Antes, perdido
De quem não sabe o que dizer a si
Depois do que te aconteceu
Biruta ao vento
Desorientado o sentimento
Sigo ao léu

Aceitar que estás ausente, em definitivo
Da luz dos meus dias
Do objeto de minhas preocupações
Dos planos e sonhos e projetos
É simplesmente aceitar que também parte de mim se foi contigo
O que é fato
E pouco significa
Diante do amor imenso que por ti eu sinto
Morrer nunca foi tão trivial
Tão banal, desimportante

Busco por notícias de outros mundos
Dos espíritos
A fim de saber de ti
Se estás por ventura em algum lugar
Se podes me ver a errar errar
Sofrer chorar chorar
E quem sabe, falar comigo
Uma carta, um bilhete
Algo como um aríete
A romper a ausência que me corrompe os sentidos

Escrevo dentro de 2015,
O ano que acabou comigo...

 

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