Lágrima de atriz
Sepultar-te ao pó da cinza fria da ausência
Na noite de inverno do meu coração
Tu vais distinguir a dor da indiferença
E vais colher o desprezo no meu chão
O mesmo desprezo que em mim tu plantaste
Com teu ódio absurdo, venal, fingido
Pois, no fundo, bem sei o quanto me amaste
E o quanto quiseste me ter dividido
Vais amargar o silêncio de tua língua
E tua recusa ao diálogo, à franqueza
Compaixão ausente em lágrima de atriz
Sem que me esqueças nem te lembres ainda
Tal modo um dia tenhas, por fim, a certeza
De que jamais foi vil o amor que te quis