A rã poética
quando vou de cambulhada ao solo
a cara pronta a lamber o chão
no colo da noite atrás de colo
quando foge a força ao coração
derrotado, exangue por tropeços
afundo em dúvidas que me afogam
e não me resta fim ou começo
só o desespero e seu agora
do nada salta uma rã - um verso!
que mais prolonga minha agonia
erro, então, sem me sentir perverso:
dos céus ao papel a fantasia
sobrevive à minha brevidade
toco, assim, o fim da eternidade...