Um poema de Natal
Natal pagão
Bela contradição
Assim se move o tempo
Grande glutão
Devorador de sentidos
Natal de luzes
Num breu desabrido de significados
Entre cruzes e obuses
O garoto nasceu
Para ser crucificado
Morreu, mas, ressuscitado
Vive risonho e resignado
Com sua ressignificação:
Natal pagão
Num mundo eminentemente laico e judaico, de cabo a rabo
A vitrine de ilusão
O objeto sacralizado
O mercado
Natal pagão
Papai Noel em ação
Esconde sob a árvore o pequeno homenageado
O menino de amor iluminado
Frágil como a ideia do perdão
Natal pagão