Premonição do poema do Porto
(para Francelino)
Quero amar esta cidade
Com a força avassaladora dos tufões
E a ternura calma das melhores mães
E que ela igualmente assim me ame
Já agora me perco por suas entranhas
A desvirginar seus grandes lábios
Casta que está de meus sonhos
Pura que é de minhas ilusões
Desço ruas, subo montes
Erros por seus horizontes, sem hora nem prumo
Sigo a linha do mar
E na bússula de meu coração isto é tudo
Já estava em mim esta cidade
Este porto, estes caixotes, este cais
Em mim estava já esta enorme paz
Que aqui, desperto, alegre, desfruto
Deito a premonição do poema que lhe dedico
Enquanto não vem a hora de beijar seu dorso