Soneto do eu profundo e outros eus
De formas várias tenho visto o meu talento
Ser recusado, preterido, enjeitado
E reduzido ao desabrido desalento
Eu vou comendo ao barracão dos empregados
Fechada a tranca, essas portas não se abrem
Mal reconhecem nesse trabalho alguma arte
Nem esse esforço como justo pela paga
E vou, assim, vivendo escravo desta saga
De ver negado o meu direito ao próprio brilho
Enquanto tantos forjam a luz com fogo-fátuo
Negada a chance de criar meus próprios filhos
Com estes versos — amanhã no vau das claques...
Mas, essa história se passou com o Bilac:
Serei dos anjos o Augusto do Buarque?