28 de maio de 2024 às 00:00
Amor feito de ódio

Odeio este amor que sinto
E me vem em ondas de desejo
Mar inexplicável em que me afogo
Náufrago vil da saliva do teu beijo

Odeio este amor que trago
Vivo como uma cobra entre as pernas
Ferrão de escorpião em que me esfrego
Para agonizar depois em meio às pedras

Odeio amar-te, ó, o quanto eu odeio
A ideia de que amo com ódio retinto
A ideia que odeio com o amor que sinto

E morro, assim, aos poucos e tanto, e feio
Este ódio feito do puro amor do sexo
Condena-me a ser do amor seu escuro reverso

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