05 de junho de 2024 às 00:00
Muda cotovia

as lágrimas
vertem de teus olhos
o mel que negas
aos meus ouvidos
anseio tocar-te
e tu não deixas
talvez, devido
às chamas em meus dedos, afoitos
lazarentos da paixão leviana
as lágrimas, porém
escorrem, dadas e copiosas
em silêncio estirado aos extremos
recordo-te
distante
ocupada
dissimulada
errante
apenas a voz, insufocável
envolve com pureza
o meu coração
apenas tua voz
alcança-me na noite
sem saudade nem pesar
vem tua voz
de minha doce
esperança
de um dia
ouvir-te
outra vez
a cantar

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