04 de julho de 2024 às 16:00
O sobrevivente
Há alguns anos já que abandonei este tipo de relato, ora sob a forma do diário ora do diálogo interior, onde se narram para mim mesmo as explicações - ou desexplicações - mais ou menos vãs, inúteis em que se apóiam os cotovelos da razão para fazer valer, em perspectiva, esta ou aquela justificativa para o sentimento presente no peito à hora do relato, porquanto concluí por considerar que a escrita - um voleio do pensamento - é por certo, sempre, exercício de forma e esta forma, do diálogo interior, no meu caso em particular, acabou por resultar em pura redundância, visto que minhas notações - pródigas ou miseráveis - atém-se sempre ao irresolvido, o irresoluto, o irrespondido, o falto de ação mais firme e coesa para dar conta das perturbações tantas que se me avolumam, muito mais do que alcançam, como seria de desejar, o esclarecimento por este meio, isto é, por meio da escrita.

Daí que fugi disso, fui em busca, então, do exercício da forma - o conto, a prosa, a ficção menor, a novela ou noveleta - capaz, ao fim e ao cabo, de resultar em alguma coisa legível, palatável ao possível leitor. Este imponderável de meus cálculos!

Aconteceu, porém, neste processo de poda da, digamos, fronde da escrita, processo que independentemente de qualquer coisa considero válido e julgo necessário, aconteceu, dizia, de ver cortados outros ramos e galhos mais do meu jequitibá literário, por assim dizer, que me deixaram ainda mais vazio do que naqueles tempos de anotações febris a respeito da embolada do meu pensamento, este corisco de fogo fátuo de que me alimento e aos céus de meus desejos. Foi-se, por exemplo, a poesia, exercício do verso, foi-se o soneto, exercício da forma e da rima métrica, foi-se por fim a canção, a viola amiga, a voz nas madrugadas solitárias, foi-se aos poucos a seiva de me exprimir, espremendo, palavra por palavra um homem ali se entregando - como sugeria a seu tempo o poeta Gonzaguinha [1945-1991], aquele querido de nossas dores menores, as que não dão poesia propriamente e de onde ele, um dos Gonzagas de minha época, o outro era o Lua, sabia como ninguém arrancar palavras precisas para a noite de nossas angústias.

Perdi o feelling, tentei me tornar um empreendedor objetivo de mim mesmo, embrenhei por um caminho um tanto elíptico de vir a ser outro na tentativa e erro de chegar um dia a ser eu mesmo, este saco de gatos, eu mesmo, este pó de caos, esse medo irresoluto, essa inverdade à procura de âncoras para seu próprio mar à deriva, eu o barco perdido, fantasma-navio... Foi um erro (mais que tentativa) e, como todos eles, necessário, importante em determinado momento, houve que precisava me afirmar como pessoa e, de alguma forma, por incrível que pareça, o mundo - essa entidade abstrata que se faz passar por núcleo duro de magma - ele é dotado de um tipo peculiar de paradoxo onde quanto mais nos afastamos de nós mesmos, mais assim se nos podemos olhar e conseguimos nos ver bem no olho do ciclone, para ali, enfim, decifrar, por instantes, o enigma irresoluto no interior do coração e tentar, pois, com redobrado esforço, o retorno indispensável ao fundo de nós, onde repousam os perfumes essenciais de nossa carne, o cheiro que deixamos ao leito da companheira ou, ainda, o suor que derramamos no ambiente de trabalho, entre nossos transitórios comparsas.

Penso que esta situação não seja em absoluto nem tão particular nem tão singular assim, como possa parecer à primeira vista ou à primeira leitura, aquela que antecede aos olhos no correr das linhas; penso que de fato a situação aqui descrita é comuníssima e vulgar, daí, talvez, a motivação interior que me trouxe de volta às lides do relato confessional - embora, até aqui, não necessariamente pessoalíssimo como eu mesmo poderia esperar que fosse.

Uma reflexão acerca da natureza do fracasso sempre me pareceu da maior validade em um mundo de campeões em tudo ("e eu tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil" não é isso, Pessoa?) e foi em minha ida ao cemitério de São João Batista, em Friburgo, para acompanhar a exumação de papai, ou do que sobrou de papai, que esta reflexão começou a se estruturar como texto a ser cuspido para fora de mim, a fim, talvez, de me cobrir de um bem que de certa forma descobri ali, naquele dia, em companhia de meus mortos.

Ali, naquele dia e lugar, depois de uma deliciosa viagem ao longo das curvas da serra - estrada que domino - e também depois de estar com minha mãe e minha sobrinha mais velha, senti descer um nó por minha garganta à medida que se aproximava o momento para o qual fora chamado. Era um dia frio de outono, maio ainda, e já era hora de transferir a ossada de papai daquela gaveta no terceiro andar para a cova rasa onde está sepultado o meu irmão mais velho.

Mamãe, alemoa durona por fora e derretida por dentro, prontificou-se a me acompanhar e eu, por óbvio, dispensei sua companhia - morreríamos duas vezes mais se estivéssemos juntos de novo diante daquela dor tão nossa e tão íntima. Fui só, sem mesmo a companhia de um cigarro. Fui com o que restou de mim ao cabo desses cinco anos depois da partida de meu velho amado pai. Os cabelos longos já grisalhos, a barba branca espetando no queixo, o rosto confrontado com o ar seco da minha cidade natal e aquela necrópole repleta de lembranças. Em pó.

Orlando, o administrador do cemitério, uma espécie de prefeito vitalício de nossos mortos provincianos, não estava lá quando cheguei, tive de aguardá-lo e isso, como tudo nessa vida de acasos, proporcionou-me algum tempo de ócio, valioso. Então, subi até a tumba de meu irmão do meio - éramos três - e fiquei lá, ao sol luminoso da tarde de outono, um céu azul de doer, conversando um pouco com a lembrança daquele irmão querido. Disse-lhe coisas impróprias à publicação, intimidades só nossas, e foi ali, junto do velho Girlam, este o seu primeiro nome, que percebi por fim que não era nem um vencedor nem um perdedor nesta vida: era apenas um sobrevivente, não mais que isso - o que me pareceu suficiente e adequado. Confesso que sobrevivi, parafraseei Neruda [1904-2004] em meus monólogos interiores, olhei para aquela cidade do pé-junto e formulei esta inusitada categoria do ringue social. Tomei as minhas pauladas, levei as minhas rasteiras, agora mesmo continuo apanhando pra burro de esquina em esquina, mas, curiosamente, sobrevivo. Arfo, decaio, perco o fôlego, penso que vou me foder todo e, no entanto, logo à frente estou de pé de novo com a minha eterna falta de grana, a minha incúria, a minha pouca capacidade organizativa, propensões ao devaneio, objetividade zero e, entretanto, sobrevivo ainda uma vez mais. É fantástico! Por um momento, todos aqueles conterrâneos meus ali enterrrados me poderiam aplaudir a performance de permanência sobre a terra onde se deitam - logo estarei entre eles, mas, por hora, é preciso admitir, o nervo ciático desmonta-me sem que isto me derrube em definitivo. Há o que comemorar, portanto. Meus manos concordariam comigo, estou certo disso, pensei.

Então, fui percebendo que os novos tempos, da nova economia, estavam produzindo ao longo do antigo e desglamourizado Terceiro Mundo, conceito mais morto e enterrado do que todos por ali, uma nova categoria social - a dos sobreviventes. Gente como eu, que não se deu bem na vida, não atingiu nenhum padrão de excelência naquilo que faz, nem do ponto de vista pessoal e muito menos profissional, mas que, por outro lado, também não pode simplesmente ser jogada na vala comum dos derrotados, excluídos em geral, pois conseguiu de alguma forma aderir às tramas finas da rede, tessitura quase virtual, e hoje se mantem à flor da água entre boiar, nadar e naufragar a um tempo - com 33,33% de chances espalhados em cada uma dessas direções. Tudo pode acontecer de uma hora para outra conosco, os sobreviventes. Podemos simplesmente nos fodermos todos ou, como em certos casos, obter êxito súbito por conta de tudo que vimos fazendo e acumulando ao cabo das últimas décadas. É possível pensar em algum tipo de capital humano acumulado em nossa experiência de sobreviventes, conheço vários casos assim, isso o que se deslindou para mim, naquele instante fúnebre. Eu não era propriamente o morto social que o colunista social havia de me julgar por seus cinismo e mediocridade, não era o teso contumaz, o fodido sem prestígio, o fracassado que não fez sucesso aos vinte anos; eu era tudo isso e mais um homem pleno de energia, capaz de certa ternura - cada vez mais discreta - e uma fé imensa na roda da fortuna do universo; não que esperasse recompensas, eu já as tinha de imediato como, por exemplo, na gentileza dos coveiros e o prefeito da cidade do pé-junto para com a dor exumada que marejava ao fundo de meus olhos, tinha a recordação da estrada livre de trânsito em meu caminho, uma saúde prolongada e um vivo interesse pelo que houvesse de alheio em mim ou me mim mesmo no que me é alheio, e além de tudo - Barrabás! - podia escrever a respeito de tudo e publicar sem o consentimento de ninguém, aqui, neste lugar inexistente onde ora me entrego por inteiro às perfurações do mundo, seu afeto, suas covardias, suas dentadas e beijos... puxa vida! Tinha também aquele sol magnífico por sobre a cabeça, um calor envolvente que me agasalhou o peito diante da inóspita tarefa a que me propus, enfim, nada do que reclamar, tudo por agradecer e olhe, posso garantir a você, aqueles meses do ano dois mil não foram o que se possa chamar propriamente de um mar de rosas, muito embora não queira aqui entrar na dor de seus detalhes... o que percebi, naquele dia, naquela hora, é que a felicidade é um dom que trago em mim - tal e como Peninha, o cantor e compositor - e é este dom o que em suma caracteriza o espírito de sobrevivência, não é ninguém ou nada o que nos pode fazer felizes, nem nós mesmos, é uma vocação - tal e como para o sexo - que ou se tem ou infelizmente não se chega nunca a aprender como é que a coisa funciona de fato.

Mil outros aspectos do espectro da sobrevivência se foram somando àquela impressão inicial, o estalo que tive ao me dirigir à tumba do Girlam, podia perceber, por exemplo, que continuava tão desestruturado como há sete ou cinco anos antes quando enterrei meus irmãos e o pai, respectivamente; no entanto, cerca de cem mil dólares, aproximadamente, haviam ventado por minhas mãos, neste período, talvez mais, sem que meu desamparo social se modificasse um milímetro sequer; o país melhorara e piorara igualmente e eu saíra e não saíra do lugar, era uma percepção curiosa aquela, o melhor estava em não me sentir deprimido nem suscetível ao rancor alheio, agora eu simplesmente constatava que a tendência do ser humano é estragar e ia em frente, foda-se, quero morrer ao meu tempo, pouco me importam as restrições do poder econômico e tudo que tantos filhos da puta conspiram contra a vida do homem comum, fodam-se todos eles, vou em frente, na companhia inesgotável de minha própria solidão, isto se não me podem arrancar, disto me basto - foi esta vocação para a alegria de viver o que se me pareceu essencial em toda aquela reflexão feita de flores devoradas pelo tempo e a rosa intacta da saudade.

Nada me pode fazer morrer por dentro, senão eu mesmo. É isso.

Então, desci de volta ao escritório da administração do cemitério, encontrei o prefeito chegando, ele se movimenta com espantosa dificuldade graças a um defeito nas pernas, praticamente se arrasta em passos curtos e difíceis, e nós acertamos tudo ali mesmo, ao portão de entrada, a respeito da exumação do velho. Dois coveiros foram convocados para fazer o serviço - uma rotina para ambos sem que descurem da dor individual de cada caso - e seguimos os três em direção ao bairro das gavetas.

Cinco anos passados eu cruzava aquele mesmo trajeto com o caixão do velho nas mãos, em companhia de amigos e parentes, não necessariamente nessa ordem. Voltou-me toda a cena do enterro aos meus olhos. Depois, aguardei até que fosse quebrada a parede de tijolo que selava o habitat de desfazimento do corpo de meu pai. Percebi que a argamassa já fora preparada de alguma forma para que não se tornasse muito difícil a tarefa futura de prorompê-la ao tempo preciso, não é como uma parede sólida aquela tampa - observei -, não é um muro parrudo e intransponível feito para sempre, é apenas um selante, uma vedação temporária, tão temporária como eu. Tem engenho na coisa, percebe-se nesta hora.

Os dois ali para a tarefa são um que é o coveiro propriamente, o profissional especializado, e um outro que é um ajudante, um homem sem grandes habilidades presumíveis - essas ditas habilidades que nos ajudam a bem prejulgar uma pessoa, sabe do que estou falando, não? -, mas que é de alguma forma a pessoa certa para a tarefa certa. E ele a executa a contento. Em breve, aos meus olhos ligeiramente atônitos, eis que o tampo da gaveta já se foi por terra, desmantelado, os tijolos arrancados ele os pôs por sobre a laje; lá do alto, sobre um andaime mais ou menos improvisado com tábuas de obra, o servente começa a trazer da escuridão impenetrável o esquife que - sem dinheiro à época - comprara com dois cheques pré-datados. Nada mudou neste sentido, continuo ás voltas com pré-datados e a correria depois para lhes garantir fundos.

O fundo do esquife, no caso, por ser um esquife de terceira categoria, vale dizer, começou a se desmanchar ainda no ar, assim logo da primeira puxada para os braços da luz, ali fora, onde bafejamos servente, coveiro e eu. Aquilo foi deprimente porque, de súbito, o caixão desabou e os restos mortais do velho despencaram de aproximados três a quatro metros de altura e se desmontaram pelo chão, entre tábuas e panos - o terno, as meias, a camisa, estava tudo lá. Menos o meu pai.

Daí, por longos quinze a vinte minutos, sob a orientação firme do coveiro, não sem antes ajoelhar-se para uma reza respeitosa e curta, os dois se puseram pelo chão a catar todas as relíquias espalhadas ou contidas dentro e fora do caixão espatifado e também no interior das vestes escurecidas.

A primeira coisa que saltou foi o crânio, depois a articulação mandíbula-temporal, assistia a tudo estático, sem lágrimas, como se pertencesse à raça da pedra dura, de que falava Wally Salomão [1944-2003], catavam a coluna vertebral do meu pai em meio à palha do caixão e eu ali, impávido sobrevivente, sepultando no ar a esperança filial de um milagre - meu pai intacto como entrara naquele sepulcro... nada, mano, não sobra rigorosamente nada desse molambo de que nos vemos provisoriamente trajados, que lição pode haver em tudo isso se a vida está longe de ser uma escola, metáfora mínima para tanto mar? Ó eu não sei, sou o parvo! Só sei que por algum tempo irreal e absoluto aqueles dois recolheram a ossatura encontrada do velho - um fêmur salta de uma perna de calça! Costelas decompostas! Não há pé possível ao desmonte - e tudo vai sendo amontoado em um saco plástico, de um plástico resistente, mas acontece de a catança ser avulsa e sem ordem - mais ou menos como meus projetos de vida - e o saco transborda antes de finda a coleta. Isso origina uma cena monumental. O coveiro, então, dá de mão no saco, aproxima-se da pequena calçada cimentada onde me encontro e simplesmente, sem mais nem menos, despeja os ossos do velho ao pé de mim e então posso reter para sempre - para sempre enquanto eu durar, bem entendido - aquela tonalidade ocre dos ossos, sujos de morte até o tutano, vítimas do tempo implacável, esse moedor de tudo, moleiro também. Depois, ele vai rearrumando peça por peça, começa pela cabeça, as relíquias no saco e posso identificá-las com precisão de aula de anatomia, mas, quem precisa de aula de anatomia numa hora dessas, não é mesmo? Senti falta das mãos de meu pai, que eram belas e elegantes, gostaria de tê-las visto inteiras, compostas por seus tarsos e metatarsos, mas, enfim, foi duramente mais simbólico aquele tratamento oferecido aos seus despojos do que lhe poderiam proporcionar minhas parcas economias (cheguei a aventar a possibilidade de providenciar uma urna no lugar do saco plástico, mas, minha mãe ponderou que era bobagem e, teso, não tardei em concordar, o saco está bom, ela disse, as mulheres me comovem por sua objetividade, sobretudo).

Por fim, depois de alguma dificuldade para confirmar a identificação do túmulo do meu irmão mais velho, isto é, sua cova rasa e apertada em uma beira de rua, outra dupla de coveiros abriu-se-lhe um bom buraco e lá depositamos os ossos de papai, agora guardados pela terra - logo ele que tanto me pedira para ser cremado! Não deu, velho, não deu...

Enquanto se dava toda essa operação, sob o sol outonal daquele maio resplandecente, um menino de seus doze anos percorria a aléia na ladeira correndo para baixo e para cima com sua pipa no alto, ao vento, sobre nossas cabeças - a minha e as dos quatro coveiros para quem deixei com o prefeito Orlando um trocado para o café. Agradeci a delicadeza com que todos me trataram e deixei o cemitério com a nítida sensação do dever cumprido. Estava feito o translado... Sabia que aquelas imagens todas, tarde ou cedo, iam me chamar para uma conversa e fiquei esperando, aguardando mesmo por isso, o que acabou acontecendo.

Entendi que a morte só carrega o que pode, como todo ladrão, meu pai permanece em mim, mais vivo do que antes, até, dotado agora dessa espécie de imortalidade provisória que reveste a lembrança amorosa, não há como atingir este âmago indevassável da memória, vivemos praticamente pelo que deixamos de nós na lembrança do outro, é o que pode explicar as nossas vidas, penso, este objeto sempre falto de justificativas em-si, um paradoxo da individualidade, talvez.

Depois da morte dos meus dois irmãos - impactantes e seguidas - fiquei meio cético em relação à transcendência, mas, diante dos ossos de meu pai, creio, recuperei um pouco a noção de extensão implícita em nossas existências, há uma continuidade ou mesmo uma contigüidade inextrincável ao longo de nossas vidas que se não pode quebrar nem mesmo com a morte, senão a nossa própria, quando - interrompidos - propagamos sobre o outro restos de nossa sombra. Como a sombra da fronde de uma árvore, tal e qual o esforço amoroso que também se pode detectar na atividade literária, exumação de imaginação e memória pelo que nos pretendemos mais perenes do que um monte de ossos que se pode encerrar em um saco plástico.

Isso explica de alguma forma o confessional dessas linhas e a retomada do meus caos interior como o descaminho a seguir. Sinto muito pelo empreendedor que não fui, mas não posso matar meus versos vadios, pois são eles, e só eles, o legado único que gostaria de oferecer ao coração do mundo na minha partida.

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