12 de julho de 2024 às 00:00
Castelos na areia
ergui nas areias da contingência
o abrigo incerto de meu coração
padeço para sempre desta urgência
de escorar o vento com minhas mãos
em casa de cômodos atulhados
perdeu-se de meu peito o coração
daqui prali, vivo a tapar buracos
que, continuamente, se abrem ao chão
o futuro me chega já vencido
e vencido com ele o coração
por mais que busque construir sentido
o sentido escapa-me da razão
de tal sorte que aqui, hoje, perdido
não sei mais o que fiz do coração