17 de julho de 2024 às 00:00
Pobre folha

deito o sentimento no colo
de quem não me acolhe
este destino meu coração escolhe
e eu não entendo porque
tudo que sou sem o saber
pouco que sei das minhas escolhas
pouco que pode o meu querer
vou ao vento como a pobre folha
por que — eu me pergunto, abismado
este afeto coroado por forte estranhamento
algo em mim, como um beijo despenhado
socorre-se do erro por anteparo
a cobrir meu perpétuo desamparo
enquanto evado só com meus pensamentos...

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