26 de outubro de 2024 às 00:00
Lágrima de atriz

Sepultar-te ao pó da cinza fria da ausência
Na noite de inverno do meu coração
Tu vais distinguir a dor da indiferença
E vais colher o desprezo no meu chão

O mesmo desprezo que em mim tu plantaste
Com teu ódio absurdo, venal, fingido
Pois, no fundo, bem sei o quanto me amaste
E o quanto quiseste me ter dividido

Vais amargar o silêncio de tua língua
E tua recusa ao diálogo, à franqueza
Compaixão ausente em lágrima de atriz

Sem que me esqueças nem te lembres ainda
Tal modo um dia tenhas, por fim, a certeza
De que jamais foi vil o amor que te quis

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