03 de novembro de 2024 às 00:00
A rã poética

quando vou de cambulhada ao solo
a cara pronta a lamber o chão
no colo da noite atrás de colo
quando foge a força ao coração

derrotado, exangue por tropeços
afundo em dúvidas que me afogam
e não me resta fim ou começo
só o desespero e seu agora

do nada salta uma rã - um verso!
que mais prolonga minha agonia
erro, então, sem me sentir perverso:

dos céus ao papel a fantasia
sobrevive à minha brevidade
toco, assim, o fim da eternidade...

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