Nossa amizade continuou crescendo ao longo dos anos seguintes, quando passamos a trocar emails mais frequentes. Era difícil poder contar com ele, ora envolvido com obras na sua casa, ora tocando na noite de Juiz de Fora e em outros circuitos pelas cidades do interior fluminense.
Por mais que adorasse a sua pegada e gostasse pessoalmente dele, me faltava logística para sustentar sua participação no meu trabalho. O problema nem era de grana porque grana não era problema para o Marcio – se fosse o caso, ele fazia de graça, pelo prazer de tocar coisas que curtia –, mas o ir e vir entre Juiz de Fora e Friburgo complicava-se, pois ele estava se envolvendo cada vez mais com a vida musical da cidade mineira, acredito eu que os músicos de lá começavam a ter a mesma impressão de todos nós que já o conhecíamos: uma presença especial que começava no braço do seu Trb verdinho de 6 cordas (“um dos amores da minha vida, 20 anos comigo”) e terminava no seu abraço moleque e riso brincalhão.
É preciso dizer que carregava com certo desajeito a condição de mito, preferia sempre ser um homem comum, discreto por trás do sorriso e uma nova piada, sempre. Mas, era impossível! Para nós, ele era o cara.
Quando finalmente editei meu primeiro álbum, mandei-lhe uma bolachinha de presente. Nela, estavam o Jouber, na bateria, o Tiquinho, nos teclados e até no acordeão, o Ney em vários violões, e uma porção de outros amigos comuns a todos nós ─ àquela altura eu já fora devidamente abraçado por uma ampla turma de músicos da região ─, mas sem sua participação em nenhuma das 13 faixas. Lamentavelmente.
Depois de algum tempo, Marcio Klein me mandou um email: